Este não é um texto de conjuntura. Aqui o leitor não encontrará um balanço aprofundado sobre o governo municipal, ou uma análise ampla sobre a crise econômica e política que acomete nosso país e, que inevitavelmente, traz consequências para o estado do Rio de Janeiro e para nossa cidade. Esse é um texto para reavivar a memória da população, com um objetivo central muito claro: contrapor o mundo da fantasia criado por Neilton Mulim durante a campanha eleitoral à realidade caótica em que se encontra São Gonçalo após dois anos da sua administração. Em última instância, é uma denúncia ao estelionato eleitoral enquanto método utilizado para se ganhar eleições e enganar o povo. De antemão, peço desculpas pelas inevitáveis ausências, as falsas promessas amontoaram-se com tamanha velocidade, que destrincha-las em sua totalidade converteu-se numa tarefa absolutamente inglória. Creio, ao menos, ter conseguido enumerar as mais notórias. Segue a lista:
1. Passagem a R$ 1,50 – Carro chefe de sua campanha no segundo turno da eleição e provavelmente grande responsável por sua vitória, Neilton Mulim prometeu abaixar a tarifa dos ônibus para R$ 1,50. Aconteceu justamente o contrário: em dois anos de gestão a passagem aumentou de R$ 2,60 para R$ 3,10 (e só não aumentou mais por que a população se mobilizou e barrou um dos aumentos). A saída mequetrefe que encontrou foi colocar cerca de 100 vans para circularam na cidade cobrando R$ 1,50 a passagem, preço que não é válido para finais de semanas e feriados (esse valor já foi reajustado para R$ 2,10).
2. Criação da companhia municipal de limpeza urbana – Uma proposta boa, que melhoraria a qualidade do serviço de limpeza urbana e ainda faria a prefeitura economizar cerca de R$ 100 milhões. Mas o prefeito jogou sua promessa no lixo, recontratando a mesma empresa que prestava um péssimo serviço na gestão de Aparecida Panisset. O resultado é desastroso, afinal, passados mais de dois anos de governo Mulim, vários bairros sofrem com a ausência regular de coleta de lixo e com a precariedade do serviço.
3. Transparência nos gastos públicos – O gastos públicos que marcou os oito anos do governo Panisset (que teve até seus direitos políticos cassados), seria superado com transparência na prestação de contas da nova prefeitura. Mas a realidade é que o prefeito Neilton Mulim foi condenado pelo Tribunal de Contas do Estado por um edital repleto de irregularidades, dentre as quais constava um sobrepreço na ordem de R$ 16 milhões, para a contratação da prestadora de serviços de limpeza urbana. Os gastos absurdos e não detalhados para o carnaval da cidade, lançam ainda mais dúvidas sobre a transparência dessa administração.
4. Valorização dos servidores públicos – Em apenas dois anos de governo Mulim, quatro importantes categorias do funcionalismo público fizeram paralisações ou greves: profissionais da educação, funcionários administrativos da prefeitura, agentes comunitários de saúde e guardas municipais. Reivindicavam melhores salários e condições dignas de trabalho. A prefeitura agiu para desarticular as mobilizações e dificultou o diálogo até onde foi possível, com a maior parte das demandas das categorias não sendo atendidas. Postura muito distante da benevolência vista logo no seu primeiro mês de governo, quando reajustou os salários dos subsecretários de aproximadamente R$ 2.800,00 para R$ 9.200,00.
5. Melhoria do sistema de saúde – A saúde em São Gonçalo beira o colapso completo. Consegue estar ainda mais desastrosa do que nos governos anteriores. Faltam médicos, remédios e equipamentos nas unidades de saúde municipais. O sistema de triagem é muito lento, aumentando consideravelmente o tempo de espera para o atendimento. A promessa de postos de saúde 24 horas, bem equipados e com médicos para desafogar as emergências, não passa de uma triste desilusão.
6. Educação pública de qualidade – Para sintetizar o estado crítico da educação municipal: em pouco mais de dois anos de governo Mulim, quatro secretários já ocuparam a pasta da educação. Escolas caindo aos pedaços, profissionais de educação mal remunerados, salas superlotadas, materiais didáticos em falta, merenda de péssima qualidade. Definitivamente, apostar no futuro dos nossos jovens não é uma prioridade dessa gestão.
7. Linha 3 do metrô – A construção da linha 3 do metrô é uma prerrogativa do governo estadual. Mas durante a campanha eleitoral, o atual prefeito considerava a construção da linha 3 como elemento fundamental para a melhoria do transporte público na cidade, afirmando que iria buscar o diálogo, na tentativa de somar forças para finalmente tirar essa obra do papel. O governador Pezão anunciou a substituição da construção da linha 3 do metrô pelo BRT, e o representante máximo da nossa cidade, não deu sequer uma declaração contrária à mais esse ataque aos interesses da população gonçalense.